O vídeo mostra uma história de acidente do trabalho: "O homem sem braços que desenvolveu habilidades incríveis com os pés" (Edilson Jesus tinha 23 anos quando sofreu um acidente e perdeu os braços. Passou 6 meses internado no hospital e viu a morte de perto várias vezes. Para muita gente o que poderia parecer o fim, para ele, foi um recomeço. Edilson desenvolveu habilidades fantásticas com os pés e se tornou um reconhecido designer)
São 11 minutos de uma história que inclui breve relato do acidente e foca depois no que temos tratado como o lado direito da gravata-borboleta. O uso da ideia da gravata para representar acidentes ajuda a destacar que a história do evento não termina nos seus desfechos imediatos. Nem para o Edilson Jesus, retratado na história e nem para a família de seu colega que morreu no acidente.
Se considerarmos o lado esquerdo da gravata, as origens do acidente é possível destacar que segundo ele acontereceram, e ele foi atingido por, 3 descargas de alta tensão no evento. Como explicar isso? A que atribuir o não desligamento ou o religamento da rede após o primeiro "curto" (descarga)? Uma das explicações possíveis remete ao papel de equipamento chamado religador automático, instalado nas redes para reduzir a frequência e a duração de episódios de interrupção do fornecimento de energia. O desempenho das companhias de distribuição de eletricidade é avaliado negativamente de acordo com essas ocorrências. O objetivo é continuar a oferta de energia. Se isso implica em permitir que alguém tome um choque ou em repetição de choque já ocorrido, "não faz mal." No linguajar desumano da atualidade isso é uma externalidade dessa política. Um preço a se pagar que deve ser aceito sem questionamento pela sociedade. Ouseja, a agencia governamental reguladora da atividade cria mecanismo de avaliação das empresas do setor que incentiva o uso de tecnologias que matam e mutilam pessoas.
E eu com isso? E nós com isso? nós cidadãos deveríamos ser consultados, opinar nas escolhas de políticas públicas. Ou, eles nos pegam literalmente.
No lado direito, das consequências do acidente, o vídeo nos apresenta uma bela história de superação pessoal. Mas mostra também, sem enfatizar, a ausência de política pública, a ausência do estado nesse tipo de situação. é provável, que mesmo não citado, esteja na história a seguridade social pagando os devidos benefícios preivdenciários ao Edilson. Mas e onde mais poderia atuar e até aprender com o caso. quais os serviços de reabilitação que pensariam em estimular e apoiar o Edilson no caminho que acabou escolhendo? Seria ele um candidato ao recebimento de algum tipo de prótese?
Enfim, a história apresentada mostra outras vitórias do acidentado Edilson e potencialidades para usos didáticos e de apoio em programas de suporte a vítimas de acidentes e de outros tipos de violências
Ave Edilson!
Ildeberto (PB)
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