Aconteceu de novo. Ruptura de barragem de rejeitos (vejam reportagem no link) no estado de Minas Gerais. Nem me lembro quantos anos atrás, após curso de análise de acidentes lá em Minas Gerais lembro de ter iniciado tentativa de análise de um dos acidentes anteriores. Organizei uma árvore de causas e elenquei questões não esclarecidas com as informações a que tive acesso. E tentei uma análise também com o uso da tecnica de mapas verticais. Disponibilizo os arquivos sem revisá-los e alerto para o fato que tentei verter para o inglês o segundo arquivo para uma discussão no estágio com o profd Chris Johnson, do Grupo de Análise de Acidentes de Glasgow. a análise acabou não sendo concluída.
Quem sabe qualquer hora me animo a voltar aos dados e a explorar novas questões sobre o quesito lições (não) aprendidas e outras.
PB
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ruptura de Barragem de rejeitos
Vejam mais noticias sobre o desastre. PB
Técnicos alertaram em laudo sobre risco na barragem da Samarco
Essa reportagem detalha uma hipótese técnica para as origens do evento. É interessante destacar que se essa hipótese tiver contribuído para o que aconteceu falta esclarecer comoo sistema lidou com essa opinião técnica. Quem recebeu o documento? ele foi discutido? envolvendo que atores? houve tomada de decisões? quais os argumentso e informaçoes consideradas? Enfim, a dimensao social da construçao doe vento restaria não descrita
PB
Técnicos alertaram em laudo sobre risco na barragem da Samarco em 2013
Por Fernando Brito · 06/11/2015
Como a Samarco não é uma empresa pública e metade dela pertence a uma multinacional, a BHP Billiton, australiana (a outra metade é da Vale), quase não aparece o nome da empresa nas manchetes sobre a tragédia de ontem, em Mariana. Sabe o leitor como seria se o acidente fosse com a Petrobras, não é?
Mais impressionante ainda é que não se tenha dito – ao menos que eu lesse – que a possibilidade de ruptura da barragem de rejeitos era prevista desde 2013, como fica claro no parecer técnico sobre a ampliação de seu nível para acima da cota 920, assinado por Tereza Cristina Souza Sposito, Hebert Lopes Oliveira, Felipe Fonseca do Carmo e Luciana Hiromi Yoshino Kamino, do Instituto Prístino, formado por professores, na maioria, da Universidade Federal de Minas Gerais.
A Figura 2 (ao lado) ilustra, de maneira esquemática, como poderia ser a evolução de um processo de saturação na pilha adjacente à barragem de rejeitos do Fundão. No estágio I (Figura 2) na zona de contato entre a pilha de estéril e a barragem de rejeito, ocorreria a obstrução da drenagem da pilha e tentativa de equilíbrio do nível de água entre ambas as estruturas.
Tal situação ocasionaria a ressurgência de água nas faces dos taludes da pilha de estéril. A Figura 4, mostra de maneira simplificada a evolução em cinco subestágios da saturação e ressurgência de água. Além disso, ilustra a possibilidade de desestabilização da face do talude, resultando num colapso da estrutura.
Dependendo do raio da ruptura neste processo, podem ocorrer vários colapsos em diferentes níveis taludes e criar um fluxo de material com grande massa de estéril se deslocando para jusante em direção ao corpo da barragem do Fundão e adjacências.”
Traduzindo: com chuva, havia a possibilidade de parte da pilha de rejeitos desabar sobre a represa e gerar um grande impacto sobre a barragem, com o óbvio risco de ruptura.
Os especialistas, então recomendam uma análise pormenorizada “sobre os possíveis impactos do contato” entre a pilha de rejeitos e o corpo da Barragem do Fundão, bem como da segurança da interação entre ambos.
Óbvio que, sem a capacidade de apurar no local e sem os laudos da investigação não se pode afirmar que é esta a causa da tragédia. Mas tem grandes possibilidades de ter sido, pelo que está no alerta técnico e em suas recomendações.
Cabe à empresa esclarecê-lo, indo além das declarações de solidariedade às vítimas.
A palavra está com a Samarco, que se orgulha de ser tricampeão do prêmio “Maiores de Melhores” da Editora Abril e de gestão ambiental, pela Benchmarking Brasil, este ano, justamente por sua “Gestão Adequada de Resíduos”.
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