repasso notícia que veio do Franscisco Pedra
Boa tarde
Foi disponibilizada a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE e FIOCRUZ, e coordenada pela prof Celia Landmann(ICICT/FIOCRUZ) e dra Debora Malta, coordenadora geral de Vigilância de Agravos e Doenças não Transmissíveis do Ministério da Saúde , a pesquisa é bem abrangente pelo conjunto de temas, e conduzida com consistência metodológica. Esta incluiu um módulo sobre acidentes e violencias, incluindo aqueles do trabalho, de nosso interesse primordial.
Segundo os dados apurados, ocorreram em 2013 5 milhões de "acidentes" de trabalho , melhor denominados LESÕES do trabalho. Segundo Deborah Malta, diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e promoção da saúde do ministério, informa que 86.000 casos anuais de lesões foram graves, ou provocaram mortes (O Globo, 21/06/2015). Link a seguir
Impossível superestimar a importância dos resultados dessa pesquisa: trata-se da primeira e mais consistente pesquisa sobre o assunto em nossa história. O resultado produz impacto em quem se informa. Desde que a Saúde do Trabalhador se formou no Brasil há mais de 30 anos, temos a percepção clara de que os números de lesões e eventos provocados pela organização inadequada do processo de trabalho seria certamente bem superior aos numeros relatados pelos Ministérios da Previdencia e do Trabalho. Ainda assim também do Ministério da Saúde, malogrado na sua tentativa de superar a sub-notificação através do SINAN. Entretanto, a reação da sociedade e das instituições não corresponde à importância do problema.
Fica demarcada assim uma fronteira na historia da saude do trabalhador no Brasil: antes e depois dessa pesquisa !! Antes, Ministérios e Instituições oficiais se prendiam a estimativas irreais, sempre com o viés de subdimensionar a gravidade do problema. Agora, vê-se claramente que uma imensa fração da nossa força de trabalho é estiolada a cada ano, com intenso desgaste para os trabalhadores e, em consequência, para a economia, de modo a submeter os trabalhadores a riscos desnecessarios e em larga escala, de modo a favorecer a extração de mais-valor pelo capital em margens devoradoras. São perdas EVITÁVEIS Isso define uma prioridade de maior importancia a este problema de saúde pública.
O objetivo desta mensagem é informar às lideranças sindicais as referencias para localizar essas informaçoes da PNS, e do Jornal O Globo.
Mas também convidar a todos ou a quem puder representá-los para uma apresentação da Pesquisa por uma de suas coordenadoras - dra Celia Landmann, a se realizar na Escola Nacional de Saúde Pública / FIOCRUZ, no dia 04 de novembro de 2015, às 14 horas. O dr Heleno Correa aceitou participar do evento para contribuir no entendimento e análise desse material.
Eu trago aqui a todos os representantes sindicais o chamado para organizar , em primeiro lugar, o debate e a divulgação desses dados, e adiante uma programação de ações para interessar e mobilizar as instituições e a sociedade como um todo para esta verdadeira tragédia silenciada intencionalmente, para ocultar a exploração intensa e verdadeiramente selvagem dos trabalhadores no Brasil. Temos um marco diante de nós, e devemos reagir de acordo com a gravidade da situação. O Brasil foi denunciado em todo o mundo como recordista em acidentes de trabalho nos anos 70, e a ditadura militar moveu iniciativas para reduzir, ou principalmente mascarar esse quadro de 2 milhoes de acidentes de trabalho, em uma população total de 90 milhões de habitantes. Temos então hoje uma situação praticamente inalterada, 40 anos depois, já que 5 milhoes de "acidentes" de trabalho para uma população de 200 milhões representa qualitativamente a mesma grave situação.
O Jornal Globo divulgou os dados, nos links:
Os dados oficiais da pesquisa estão disponiveis nos links:
Estou à disposição para encaminhar o que se fizer necessário sobre o grande problema que temos em mãos.
att
Francisco Pedra
CESTEH/ENSP/FIOCRUZ
Médico sanitarista, Pesquisador
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