Dois posts divulgados pelo prof Heleno Correa.
1. Nota Técnica Dieese - Tempo de trabalho e tempo de descanso: uma luta histórica
vejam abaixo a conclusão da Nota (pag 18)
É importante destacar que a diminuição do tempo de trabalho também deve ser acompanhada de controle de horas extras, para não resultar em ampliação das horas extraordinárias. Atualmente é possível realizar 2 horas extras por dia, mas a legislação que trata do tema tem diversos dispositivos regulatórios que acarretam a nulidade da restrição. As horas extras devem voltar a ser consideradas como excepcionalidades e tratadas como tal. Além de debater a redução da jornada e o aumento do descanso, é preciso recompor as regulações que tratam das relações de trabalho com um todo, isto é, das escalas de trabalho, intervalos, deslocamentos até o trabalho em locais de difícil acesso e folgas. Também é essencial a revogação de negociação individual de dispositivos relacionados à duração do trabalho, como o banco de horas e a jornada 12x36, e a retomada da remuneração adequada às jornadas excepcionais, entre outros elementos envolvidos no tema. A redução do tempo de trabalho sem redução de salário, acompanhada de controle sobre as horas extras, sobre flexibilidade da jornada e a intensidade do trabalho, pode melhorar a vida dos trabalhadores e gerar melhores ocupações para aqueles que estão subocupados ou desempregados. No segundo trimestre de 2025, segundo dados da Pnad/IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), havia 6,2 milhões de desempregados, 4,6 milhões de subocupados por insuficiência de horas e 2,7 milhões de desempregados desalentados no Brasil. Além disso, a redução do tempo de trabalho resultará em tempo para descanso, sociabilidade com familiares e amigos, atividades culturais, ócio, lazer, esporte, formação pessoal, atividades filantrópicas, relações afetivas e outras atividades que fazem parte da vida do ser humano. Ademais, o controle das jornadas extensas, intensas e flexíveis, com submissão a relações autoritárias e a baixos rendimentos, poderá reverter o quadro sério de adoecimento mental que acomete os trabalhadores brasileiros. Estresse pós-traumático, transtornos de adaptação, transtorno misto ansioso e depressivo, ansiedade generalizada e acidentes, que têm afetado principalmente os jovens trabalhadores de ambos os sexos, são evidências de uma sociedade adoecida pelo trabalho. A economia brasileira está preparada para a redução da jornada. E a sociedade e a população têm muito a ganhar com menos horas de trabalho
2. As sete irmãs da saúde (SIS): CONTROLE ACIONÁRIO EM REDE E OLIGOPOLIZAÇÃO NO BRASIL
Autores: Dr. Eduardo Magalhães Rodrigues e Dr. Ladislau Dowbor
RESUMO Fazendo uso da metodologia da Análise de Redes Sociais e, especificamente, dos algoritmos de centralidade de intermediação e do grau de saída ponderado, esta pesquisa estuda as conexões acionárias em rede das 200 principais corporações atuantes no território brasileiro. Representando 63,5% do PIB, chegou-se à conclusão de que, entre outros setores, um dos que possui maior poder na economia é o da Saúde Privada. Nesse campo, foram identificadas 7 corporações, denominadas, Sete Irmãs da Saúde Privada (SIS). Estas exercem não só o oligopólio do mercado de saúde, mas também participam do oligopólio total que exerce controle econômico hegemônico no Brasil.
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