O número 98 (nas bancas) da revita Piauí traz artigo instigante (pag 32 a 42), de William Langewiesche sobre o acidente com o Võo 447, da Air france, que fazia a viagem Rio - Paris. Na página da revista o acesso ao artigo é apenas para assinantes. Na net a versão em inglês é de livre acesso.
O artigo me pareceu bem escrito e com muita informação sobre a segurança em sistemas automatizados. vale destacar que o autor apresenta várias informaçoes sobre aspectos técnicos do sistema como fatos inquestionáveis. No final do comentário incluo link para opinião de um especialista brasileira a propósito do emsmo caso que questiona alguns desses "fatos" e abre caminhos para discussão de aspectos do acidente que não abordarei no comentário abaixo.
Numa rápida leitura achei que o autor é, no mínimo ambíguo, na forma como trata o papel da tripulação, em especial do piloto asssitente (Bonin) menos experiente que estava no comando. Nas páginas iniciais há até ironias grosseiras sobre supostos erros inexplicáveis por parte do Bonin. Ao ver os comentários lembrei do que na literatura é chamado de viés retrospectivo ou seja, de uma leitura feita depois do acidente e influenciada pelo fato de já se saber que aquilo deu errado. Enfim, nesses momentos o autor compra a explicação que atribui o ocorrido a erro(s) do piloto (Bonin) e o faz de modo que parece compreender o erro como produtos do operador em si e não como "consequências de características da situação que não permitiram aos operadores e aos coletivos mobilizar suas competências de maneira pertinente" (Daniellou, boissières e Simard, 2014). A dimensão humana seria vista aqui como desvinculada, sem relaoes com a diemsnão técnica. Vale a pena ver a frase final do autor que retomo adianto.
Na parte final do texto os erros em contexto de automação são tratados de modo difeente, destacando-se contribuiçoes da literatura que chamam a atenção para "surpresas automáticas", "erros de modo", da criação de situações de incompreensões e de aumento de carga de trabalho nos momentos em que ela já é grande. Ou seja, aqui os erros são tratados como subprodutos ou surpresas introduzidas com o aumento da complexidade que vem com a automação.
Na frase final o autor me paeceu reiterar sua crença de que o caso deva ser atribuído a erro do piloto. ele afirma "Ainda ocorrerao acidentes, mas chegará odia em que só poderemos culpar as máquinas"
Essa frase me parece embutir o mesmo viés racionalizador que parece aceitar como possível e correto tratar a dimensão humana (social) do sistema como separada da técnica que um dia poderia vir a ser a única presente no sistema. Sinistro! acreditar nessa hipótese implica também em desconsiderar que concepção, montagem etc dos sistemas é produto do trabalho humano. Enfim a leitura me pareceu muito informativa, mas instigante.
para finalizar destaco aqui opinião de especialista brasileiro que fal de 03 aspectos não explorados no relatório oficial de análise do acidente
Pb (Ildeberto)
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