
Hesa Mag, em seu número 29 traz boa resenha feita por Sonia Nawrocka, do ETUI, sobre o livro
The Burnout Challenge: Managing People’s Relationships with Their Jobs
de Christina Maslach e Michael P. Leiter, publicado pela Harvard University Press, 2022, 251 pages.
A resenha original pode ser acessada em
https://www.etui.org/sites/default/files/2024-12/HesaMag_29_EN_WEB.pdf
Segue abaixo tradução Chat GPt, não revisada (anexo em pdf)
"Indo ao coração do Burnout
À medida que a síndrome de burnout continua a afetar os trabalhadores europeus, ela permanece um desafio intrigante e frequentemente incompreendido no ambiente de trabalho moderno. Dados recentes mostram que quase um em cada cinco empregados na União Europeia enfrenta exaustão, um dos sintomas do burnout. Em 2019, o burnout foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como um fenômeno ocupacional. No entanto, como evidenciado pelo catálogo de workshops de gerenciamento de estresse, aulas de ioga e exercícios de mindfulness oferecidos por empresas de "bem-estar", o burnout é frequentemente tratado como um problema pessoal.
No livro The Burnout Challenge: Managing People’s Relationships with Their Jobs, os coautores Christina Maslach, professora emérita de Psicologia na Universidade da Califórnia, e Michael P. Leiter, psicólogo organizacional e consultor, exploram quatro décadas de pesquisa sobre o burnout, oferecendo uma visão abrangente e acessível. Enquanto a comunidade acadêmica já está familiarizada com os sintomas do burnout — exaustão esmagadora, sentimentos de cinismo e alienação, e uma sensação de ineficácia — os autores conectam o conhecimento teórico com a compreensão prática, explicando os resultados dessa pesquisa em termos simples.
O maior trunfo do livro está em sua análise das causas fundamentais da síndrome de burnout. Os autores explicam que o burnout ocorre quando há um desalinhamento, ou “incompatibilidade”, entre o trabalhador e seu local de trabalho. Eles identificam seis áreas-chave onde esse desalinhamento pode aumentar o risco de burnout: sobrecarga de trabalho, falta de controle, recompensas insuficientes, ruptura da comunidade, ausência de justiça e conflitos de valores.
Inicialmente, senti certa frustração com a afirmação dos autores de que o burnout surge de uma incompatibilidade entre os trabalhadores e seus ambientes de trabalho. Essa perspectiva parecia colocar uma responsabilidade indevida sobre os trabalhadores por não atenderem às demandas do local de trabalho. No entanto, à medida que continuei lendo, passei a apreciar o argumento mais refinado dos autores. Eles não estão culpando os trabalhadores; ao contrário, estão destacando como a relação entre o trabalhador e seu ambiente de trabalho desempenha um papel crucial no surgimento do burnout. Como afirmam: “Quanto mais uma ou todas essas seis condições de trabalho se afastam das aspirações dos empregados ou de suas formas preferidas de trabalhar, mais vulneráveis eles ficam ao burnout.” Essa ideia oferece um quadro claro para entender como até mesmo problemas aparentemente menores podem contribuir para o burnout.
Para ilustrar os perigos de tal incompatibilidade, os autores utilizam a poderosa metáfora do canário na mina de carvão. Assim como o colapso de um canário sinaliza a presença de ar tóxico na mina, o burnout entre os trabalhadores indica um ambiente de trabalho insalubre: “O burnout funciona como uma ameaça invisível, mas tóxica, que afeta alguns no ambiente antes de atingir os demais.” Isso ressalta a urgência de lidar com essas questões no local de trabalho antes que elas afetem todos.
O desafio do burnout rejeita, assim, a noção de que o burnout é apenas um problema pessoal. Embora os autores reconheçam que a resiliência pessoal é importante, eles enfatizam que ela não é suficiente para superar o burnout em um ambiente de trabalho disfuncional: “Quando as condições estão levando as pessoas ao burnout total, a resposta não é mais resiliência. Um local de trabalho disfuncional não é algo para as pessoas suportarem. É algo que precisa ser mudado.” Isso deixa claro que mudanças organizacionais significativas são essenciais para prevenir o burnout.
O livro também oferece orientações práticas sobre medidas preventivas e o que fazer se você identificar esse tipo de "desalinhamento" no seu próprio local de trabalho. Os autores propõem um processo de transformação do ambiente de trabalho em três etapas, baseado no que eles chamam de "três Cs": colaborar, customizar e comprometer-se. Ao longo do livro, eles apresentam exemplos de como organizações aplicaram com sucesso o princípio dos "três Cs" para melhorar o alinhamento entre trabalhadores e seus empregos.
Um exemplo citado envolveu uma grande instituição que avaliou o burnout e as condições de trabalho nas seis áreas identificadas. Os resultados da pesquisa não apontaram para uma carga de trabalho excessiva ou recompensas insuficientes, como a gerência havia previsto, mas sim para uma falta de justiça. Para desenhar uma intervenção eficaz, o CEO da instituição formou um grupo de trabalho com funcionários de diferentes departamentos. Por meio da colaboração entre as equipes, da personalização da abordagem para atender às necessidades da organização e do compromisso em implementar um novo processo de recompensas, a instituição conseguiu resolver o problema de maneira eficaz.
The Burnout Challenge oferece valiosas reflexões sobre as causas do burnout e o processo de mudança organizacional necessário para combatê-lo. O leitor termina sem dúvidas sobre o que é responsável pelo burnout e como preveni-lo. Assim, vamos deixar de lado o curso de gerenciamento de estresse por um momento e analisar mais de perto como reparar o desalinhamento entre nós e o ambiente de trabalho. Como os autores afirmam de forma perspicaz: “Quando a relação entre os trabalhadores e o local de trabalho funciona bem, os primeiros prosperam, e o segundo tem sucesso — uma verdadeira situação em que todos ganham.”"
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